Mundos de uma noite só é um romance de formação. Mas também de destruiçã de uma cidade, de um tempo e, em especial, de nossas mais preciosas ilusões. Assim, somos convidados a acompanhar a jornada de uma mulher que, após encontrar um livro antigo entre as coisas de sua mãe, se vê obrigada a revisitar sua própria história. Multifacetado e de leitura hipnótica, este romance nos revela que, realmente, nada é apenas o que parece ser. Nem mesmo aqueles que mais amamos.
Orelha do Livro
Renata Belmonte não faz concessões. Ela sabe que a literatura é o espaço privilegiado da liberdade e da transgressão. Autora já de três livros de contos, neste romance de estreia, Mundos de uma noite só, sua escrita segura e arrebatadora nos conduz por caminhos desconhecidos, iluminando lugares que jamais ousaríamos trilhar sozinhos. Para escrever a crônica trágica da ascensão e queda da família de Menezes Grimaldi, Renata Belmonte inaugura um estranho realismo – um realismo fluido que por vezes se dissolve em fantasmagorias. A narrativa cobre um largo período, praticamente toda a segunda metade do século XX, mas o tempo aqui não é transparente nem sucessivo, pois a memória, caprichosa, espalha-se em vasto estuário de fatos muitas vezes obscuros. Acompanhamos, por meio de dois registros, independentes e complementares, ambos em tom confessional, a trajetória de três gerações, para onde convergem acontecimentos públicos e história privada.
Com maestria, Renata Belmonte nos faz transitar do ambiente sofisticado (e movediço) da alta burguesia para um universo degradado (e também movediço) que beira à marginalidade. Aliás, ambiguidade talvez seja a chave de compreensão deste mundo autocentrado e sufocante.
Tudo que nos é apresentado repousa na “mistura de sonhos, melancolia e cicatrizes antigas”. Cacos de vidas que uma observadora privilegiada tenta organizar em “Uma valsa para o esquecimento”, um livro dentro do livro. Magnífico, Mundos de uma noite só é obra madura que coloca Renata Belmonte num lugar de destaque da literatura brasileira contemporânea.
Mundos de uma noite só é um romance de formação. Mas também de destruiçã de uma cidade, de um tempo e, em especial, de nossas mais preciosas ilusões. Assim, somos convidados a acompanhar a jornada de uma mulher que, após encontrar um livro antigo entre as coisas de sua mãe, se vê obrigada a revisitar sua própria história. Multifacetado e de leitura hipnótica, este romance nos revela que, realmente, nada é apenas o que parece ser. Nem mesmo aqueles que mais amamos.
Orelha do Livro
Renata Belmonte não faz concessões. Ela sabe que a literatura é o espaço privilegiado da liberdade e da transgressão. Autora já de três livros de contos, neste romance de estreia, Mundos de uma noite só, sua escrita segura e arrebatadora nos conduz por caminhos desconhecidos, iluminando lugares que jamais ousaríamos trilhar sozinhos. Para escrever a crônica trágica da ascensão e queda da família de Menezes Grimaldi, Renata Belmonte inaugura um estranho realismo – um realismo fluido que por vezes se dissolve em fantasmagorias. A narrativa cobre um largo período, praticamente toda a segunda metade do século XX, mas o tempo aqui não é transparente nem sucessivo, pois a memória, caprichosa, espalha-se em vasto estuário de fatos muitas vezes obscuros. Acompanhamos, por meio de dois registros, independentes e complementares, ambos em tom confessional, a trajetória de três gerações, para onde convergem acontecimentos públicos e história privada.
Com maestria, Renata Belmonte nos faz transitar do ambiente sofisticado (e movediço) da alta burguesia para um universo degradado (e também movediço) que beira à marginalidade. Aliás, ambiguidade talvez seja a chave de compreensão deste mundo autocentrado e sufocante.
Tudo que nos é apresentado repousa na “mistura de sonhos, melancolia e cicatrizes antigas”. Cacos de vidas que uma observadora privilegiada tenta organizar em “Uma valsa para o esquecimento”, um livro dentro do livro. Magnífico, Mundos de uma noite só é obra madura que coloca Renata Belmonte num lugar de destaque da literatura brasileira contemporânea.