«Esta antologia é panorâmica e representativa, embora pessoal. A poesia chinesa é uma massa gigantesca: tem aqui uma gota de água, um breve leque para podermos ver-lhe a grandeza. Optamos por escolher poetas mas também poemas, embora não se tivessem explorado áreas que só recentemente no Ocidente foram mais trabalhadas (referimo-nos à poesia posterior ao século XVII). […]Partindo do Livro dos Cantares e terminando com um dos últimos grandes poetas da China, Nara Singde [Nalan Xingde], a antologia cobre os principais géneros, autores e modos. Excluíram-se nomeadamente o fu e o poema longo (li sao) por questões de espaço. Figuram vários poemas anónimos e canções populares, que são um dos tesouros mais vivos desta poesia. A decisão de terminar com Nalan Xingde poderá parecer controversa. Ela deve-se, no entanto, a uma opção. É que, e embora conheça a poesia deste período relativamente mal, ela entra efectivamente em declínio, passando a vitalidade desta cultura para a pintura, um Shitao (1641-c.1710 ou 1720) por exemplo, para o romance, Shitouji (A História da Pedra), mais conhecido por o Sonho do Pavilhão Encarnado (Hongloumeng), ou para a historiografia, caso de Zhang Xuesheng (1738-1801). Além de que o poeta manchu é um digno fecho, e um certo romantismo seu anuncia aquele outro que a Europa, em breve, veria. Mas este encontro fica para outra vez.» Gil de Carvalho
«Esta antologia é panorâmica e representativa, embora pessoal. A poesia chinesa é uma massa gigantesca: tem aqui uma gota de água, um breve leque para podermos ver-lhe a grandeza. Optamos por escolher poetas mas também poemas, embora não se tivessem explorado áreas que só recentemente no Ocidente foram mais trabalhadas (referimo-nos à poesia posterior ao século XVII). […]Partindo do Livro dos Cantares e terminando com um dos últimos grandes poetas da China, Nara Singde [Nalan Xingde], a antologia cobre os principais géneros, autores e modos. Excluíram-se nomeadamente o fu e o poema longo (li sao) por questões de espaço. Figuram vários poemas anónimos e canções populares, que são um dos tesouros mais vivos desta poesia. A decisão de terminar com Nalan Xingde poderá parecer controversa. Ela deve-se, no entanto, a uma opção. É que, e embora conheça a poesia deste período relativamente mal, ela entra efectivamente em declínio, passando a vitalidade desta cultura para a pintura, um Shitao (1641-c.1710 ou 1720) por exemplo, para o romance, Shitouji (A História da Pedra), mais conhecido por o Sonho do Pavilhão Encarnado (Hongloumeng), ou para a historiografia, caso de Zhang Xuesheng (1738-1801). Além de que o poeta manchu é um digno fecho, e um certo romantismo seu anuncia aquele outro que a Europa, em breve, veria. Mas este encontro fica para outra vez.» Gil de Carvalho